Nem sei se está certo eu falar sobre isso, mas como eu venho em um processo de recomposição do meu ser enquanto arquiteta, eu decidi comentar sobre algumas situações q aconteceram atualmente.
XII Bienal de Arquitectura de Buenos Aires
Infelizmente eu não consegui acompanhar pessoalmente. Tinha até me programado mas acabou não rolando...De qq forma, o site da Bienal foi super explicativo e foram aos poucos confirmando os dissertantes de uma forma muito bacana. O grande foco dessa bienal eram os arquitetos da América do Sul q estão produzindo horrores. Eu acho isso fantástico pq é algo q não acontece aqui. Sempre queremos q os gringos 'de grife' participem e nos façam ouvir os mesmos discursos de sempre, os quais sabemos q não se aplica aos latinos. Somos países em desenvolvimento, bem como a arquitetura dos nossos países se desenvolve lentamente e poderíamos trocar muito mais experiências com nossos 'hermanos' do q com os europeus, por exemplo.
Podemos usar exemplos próximos como os novos projetos de habitação e urbanismo na Colômbia, a revistalização de Puerto Madero na Argentina, entre tantos outros ainda desconhecidos por completa ignorância de nossa parte. Junto com esses exemplos, contamos com arquitetos mais experientes q estão produzindo na Europa e EUA.
Seminários Internacionais - Fórum Permanente
No mês de setembro, aconteceram alguns seminários relacionados à cidade. Eu não pude assistir pessoalmente 'As cidades e suas margens' (curadoria de Guilherme Wisnik) mas acompanhei o debate e apresentação do Post-it City. Muito boa essa troca de idéias e debate com a participação de arquitetos de outros países. No caso do 'margem' houve uma troca interessantíssima e q eu particulamente adoro com arquitetos mexicanos. Eu gosto muito da arquitetura mexicana e da produção atual deles. Vai muito além de Barragám, vale a pena pesquisar.
Já no caso do post-it trata-se de cidades ocasionais, um mapeamento de ocupações temporárias em diversos lugares. A exposição ainda está rolando, além de fotos, vídeos e imagens há mapas mostrando a localização dessas ocupações. A exposição está muito bonita, vale a pena conferir, no Centro Cultural São Paulo.
No debate, representando o Brasil, estava o arquiteto urbanista Pedro Sales, a quem eu tenho o maior respeito e carinho, pois foi meu orientador de tese na faculdade. Além dele, representantes da Argentina, Chile e o curador Martí Peran, catalão, responsável pelo post-it. A troca entre os latinos estava presente no debate e na exposição e isso mostra mais uma vez a q proximidade q temos vai além da distância. Senti falta de exemplos mais fortes para representar a mesa e expandir o projeto para lugares como a Côlômbia e o México.
Tudo isso, eu fiz para mostrar a vergonha alheia q tenho das nossa bienais. Na véspera da inauguração da 8ª BIA, o curador Bruno Padovano deixa a curadoria para ser 'apenas' curador cultural. Não tenho absolutamente nada contra ele, mas ele devia ter sacado antes q era a maior roubada...A última bienal foi lastimável, dezenas de projetos repetidos, arquitetos mal expostos, tema desinteressante e bancas palpérrimas.
E tem mais, não apenas a bienal de arquitetura como a de arte tbem estão a ponto de pararem. Darem um tempo, se reestruturarem, reorganizarem. Gente, é um evento importantíssimo para nossa classe, fadado ao desastre e cada ano só piora. Na minha cabeça eu entendo q muita coisa precisa mudar....Os eventos citados acima são ótimos exemplos para mostrar q não é preciso muito dinheiro para organizar pautas descentes, convidados interessantes e muito assunto para ser discutido. Falta boa vontade...e competência.

3. Expresso Tiradentes: fruto de um governo corrupto e promessa de campanha do então prefeito Celso Pitta, essa construção paralisou durante anos. Depois do projeto passar por várias 'mãos', caiu no colo de ninguém menos que Ruy Othake. No fim da construção ele (o elevado) quase caiu por si só, foi uma pena terem levantado...o resultado tá aí.
4. Área de manobra na Estação da Luz : com a revitalização daquela região do projeto da Nova Luz, o museu da língua portuguesa projetado pelo nosso colega Paulo Mendes da Rocha, ainda resta uma área naquele lugar q ninguém vê, mas todo mundo sabe q existe. Eu acho inadimiscível uma área daquele tamanho q se torna outra cicatriz no bairro do Bom Retiro ficar escondida atrás de enorme muro de arrimo. Esse terreno é o número 1 em aula de projeto da maior parte das faculdades de arquitetura e urbanismo em SP. Todo mundo tem uma idéia 'inovadora' para o lugar...







